Pular para o conteúdo principal

A Jornada do Sofrimento

Essa foi a maneira didática que encontrei para elucidar os momentos que passamos desde a descoberta de um problema/sofrimento até a adaptação. Essa história tem um final feliz, mas infelizmente nem toda jornada de sofrimento acaba bem. Confira alguns momentos que comumente vivenciamos ao nos depararmos com uma doença, ou dificuldade prolongada:

ATO 1

1. A pessoa vive sua vida, problemas existem, mas são negados, não estão incomodando muito.

2. O sofrimento começa a ser notado, surgem conflitos, mas há a tentativa de levar a vida normalmente utilizando de alguma negociação, pequenas mudanças que servem para camuflar os problemas.

3. Momentos de angústia acentuada deprimem um pouco a pessoa. Esse momento de introspecção torna possível pensar se seria necessário uma mudança de hábito, de ideias.

4. Alguém, um amigo, familiar, ou mesmo desconhecido, oferece ajuda, ou alerta sobre a necessidade de solucionar o problema e diminuir o sofrimento. A pessoa passa a considerar a hipótese de precisar de ajuda.

ATO II

5. Os sintomas pioram e a pessoa resolve investigar, faz exames, passa por consultas. Percebe que de fato precisa tomar uma atitude.

6. Com o início da intervenção os sintomas começam a amenizar, a pessoa relaxa, se cuida menos, eventualmente sabota o tratamento, pois já está melhor. 

ATO II

7. A angústia volta, há a impressão que está mais forte que antes. A pessoa começa a pensar com mais firmeza em mudança de vida, novos hábitos, mais saudáveis e que contribuam para a cura, ou para diminuição do sofrimento.

8. O sofrimento diminui. Acontecem algumas recaídas, mas no geral há compromisso com uma vida menos sofrida.

9. A pessoa volta a ter disposição e percebe como foi importante a mudança de ideias, de postura, e a busca por ajuda.

ATO III

10. A pessoa de fato entende como foi importante tomar uma atitude, a vida começa a voltar ao normal, porém com mais dignidade, menos sofrimento.

11. A pessoa está aprimorada, depois de todo tempo tratando conhece melhor os sintomas e passa a se prevenir de elementos adoecedores, se sente cada dia melhor.

12. A pessoa está bem, se adaptou, não está mais em sofrimento. Alguns problemas continuam existindo, mas agora eles estão sendo gerenciados.

CONSIDERAÇÕES

Destaque ao momento 4, ali está o encontro com um aliado, alguém que ajuda e acolhe a pessoa, a partir dali a mudança passa a ser possível. Fica o incentivo para o auto cuidado, a busca por ajuda, e cuidado com o próximo.

REFERÊNCIAS

CAMPBELL, Joseph. Herói de Mil Faces, O. Cholsamaj Fundacion, 2004.

KÜBLER-ROSS, Elisabeth. Sobre a morte e o morrer: o que os doentes terminais têm para ensinar a médicos, enfermeiras, religiosos e aos seus próprios parentes. Martins Fontes, 2002

Professor Guilherme Costa Lopes – 2017


Postagens mais visitadas deste blog

História da Psicologia no Brasil - Mathilde Neder

Nascida em Piracicaba, São Paulo, Mathilde foi pioneira em Psicologia hospitalar, psicoterapia breve, psicoterapia familiar e psicossomática.